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sábado, 26 de julho de 2014

Carlos Garletti e Sergio Vida, precursores do Tiro Esportivo Paralímpico brasileiro


Precursores brasileiros do tiro esportivo paralímpico competem no Mundial da modalidade, na Alemanha


Carlos Garletti se concentra para atirar durante o Mundial de Suhl (Foto: Graziella Batista/CPB/MPix)
A delegação brasileira que participa do Mundial de Tiro Esportivo Paralímpico, na cidade de Suhl, Alemanha, conta com a presença de dois precursores nacionais do esporte. Com mais de uma década de participação na modalidade, Sergio Vida e Carlos Garletti ajudam a desenvolver e aprimorar o tiro esportivo no país.
Na modalidade desde 2002, Sergio Vida é o atleta que possui mais rodagem na Seleção Brasileira. A sua história no tiro começou quando o ex-vice-presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Irajá de Brito Vaz, o convidou para compor uma equipe que defenderia o país no exterior. Deste momento em diante, Vida percebeu seu potencial, passou a se dedicar aos treinamentos, e não parou mais.
O esporte sempre esteve presente em sua vida. Sergio Vida fez parte da equipe do Exército Brasileiro de atletismo até 1989, quando sofreu um acidente de carro. Já cadeirante, o curitibano não deixou o seu desejo de lado e, em seguida, passou a nadar. Depois, decidiu pôr em prática a sua outra paixão, o automobilismo. Vida deu sequência e foi o primeiro piloto com deficiência a disputar a Copa Vicar – categoria de acesso ao primeiro grupo da Stock Car.
Sergio Vida sagrou-se sete vezes campeão brasileiro na pistola sport e quatro vezes campeão brasileiro na pistola de ar. Disputa em Suhl sua quarta edição do Mundial. Ganhou recentemente também o bronze por equipes na etapa da Copa do Mundo da Tailândia, na pistola sport, em 2013. “Quando comecei a atirar, não tínhamos atletas suficiente para criar uma equipe. Não tínhamos nem munições direito para competir e treinar. Hoje, a história mudou. E, quando começa a sair uma medalha por equipes, é sinal de que as coisas estão melhorando. Que cada atleta está conseguindo bons resultados individualmente”, disse.
Já Carlos Garletti pratica a modalidade desde 2003. Ele conheceu o esporte por meio de um amigo. “Observei o pessoal atirando e comentei que também daria conta de atirar. Depois do primeiro disparo, não consegui mais parar. É um esporte muito gostoso, que exige muita concentração e é extremamente seguro”, afirmou.
Garletti participa do tiro esportivo paralímpico devido a uma lesão nas pernas. Praticante de esportes radicais, ele voava sozinho de parapente, quando sofreu um acidente durante a aterrissagem. O forte impacto com o solo lhe causou uma fratura lombar, o que tirou o seu equilíbrio nos membros inferiores.
Carlos Garletti é o único atleta brasileiro a ter disputado edições de Jogos Paralímpicos. Ele atirou com carabina nos Jogos de Pequim-2008 e Londres-2012. Esta é a sua terceira participação em Mundiais, e o paulista ressalta a melhora da infraestrutura para o esporte.
“Quando comecei, nós não tínhamos apoio. Hoje, o CPB nos dá mais oportunidades de fazer viagens internacionais, além de termos melhores condições para treinamentos. Temos ainda um acesso facilitado para adquirir os equipamentos”, afirmou.
RESULTADOS
Nesta sexta-feira, 25, Carlos Garletti e Helcio Perilo competiram na prova de R7, Carabina .22 50m – Três Posições. Com 1.090 pontos, Garletti terminou em 29º e estabeleceu um novo recorde das Américas. Helcio fez a marca de 1.038 pontos e ficou em 33º lugar. Sergio Vida, por sua vez, competiu na prova de falling target, pistola. Ele caiu na segunda fase da competição eliminatória.
Neste sábado, 26, ocorre o último dia de competição do Mundial. Os carabineiros participarão das provas de falling target a partir das 4h (horário de Brasília). Benedito Silva, Alexandre Galgani, Carlos Garletti, Helcio Perilo, Karoline Podlasinski e Geremias Soares são os representantes do Brasil.
O Mundial de Tiro Esportivo Paralímpico tem a participação de 270 atletas, de 55 países. O evento distribuirá 63 vagas para os Jogos Paralímpicos do Rio-2016. Os que não obtiverem índice neste ano, ainda poderão tentar nas etapas da Copa do Mundo da próxima temporada. Vale ressaltar que, em Suhl, Debora Campos tornou-se a primeira mulher a obter uma vaga para o Brasil nos Jogos de 2016.
Assessoria de Imprensa do Comitê Paralímpico Brasileiro em Suhl
Rafael Moura (rafael.moura@cpb.org.br / 61 8117 9926 – disponível no WhatsApp
Postado por Thom Erik Syrdahl
Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro

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