Melhores do mundo desabafam sobre má fama do tiro: 'É esporte, não
violência'
Publicado em 17 de outubro de 2013 às 00h23 - Atualizado em 17.10.2013
às 02:00
Da reportagem
"Uma arma na mão de um esportista, que sabe e respeita as regras de segurança e só vai usá-la para competir e treinar, o tiro é saudável. Mas se tiver com alguém irresponsável, aí pode sair gente machucada ou morta", resume o campeão mundial de tiro esportivo paraolímpico, Geraldo Von Rosenthal.
A declaração do
esportista resume bem a diferença entre esporte e violência. Poderia servir até
como exemplo contrário ao do que se vê nas notícias policiais, mas para ele, o público
ainda tem preconceito contra a modalidade. Não à toa, a presença de novos
atletas é discreta no Brasil.
Mas isso chega a
ser preocupante, principalmente no atual momento da modalidade, no meio
paraolímpico. Com três atletas como melhores do mundo em suas classes, a
condição seria favorável para promover o esporte, atrair patrocinadores,
recursos... Mas esse estigma negativo pode impedir que os campeões colham os
frutos, como esperado.
"Tinha até uma
propaganda que dizia: 'quem usa arma é polícia ou bandido. Se você não é
polícia, não use arma'. Isso fica na cabeça das pessoas e elas fazem um
paralelo, quando falam em arma, se pensa em bandidagem, violência, o que
prejudica muito", lembra Geraldo, que completa:
"Nem
patrocínio se consegue, porque as empresas não querem veicular sua marca ao
lado de um esporte com fama de violento. Mas em mais de dez anos, nunca vi
alguém alcolizado em estande de tiro, nem vi ninguém se machucar, ou machucar
alguém, muito menos nenhum atleta envolvido em qualquer espécie de crime".
Ele vai além e
explica que o processo para se adquirir uma arma nos padrões legais é bastante
complexo. Se exige habilidade, licença e conhecimento para manuseá-la
corretamente. "Essa coisa de arma disparar por engano é balela. Só dispara
se alguém apertar o gatilho".
Com o bom momento
vivido por ele e seus colegas de tiro paraolímpico, vive-se a expectativa de
mudar a má imagem que o esporte adquiriu. Fala-se muito que o paradesporto
funciona como uma quebra de barreiras sociais. Que aconteça mais uma, então,
neste ciclo olímpico.
Postado por Thom Erik Syrdahl
Fonte WWW. PARATLETABRASIL.COM.BR
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